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ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM ...sob a ótica de uma professora.

Vou copiar aqui uma postagem que escrevi no site da consultoria (PRIME - www.primeas.com.br), mas incluindo a minha visão como professora.

Em toda empresa que trabalhei, mesmo antes de conhecer a teoria a qual menciono a seguir, percebia que era ensinando que conseguia o melhor desempenho. Tanto que, mesmo nunca tendo desempenhado o papel de Gerente de RH, sempre inclui no meu papel de gestora de equipes a atribuição de Treinamento e Desenvolvimento.

Mas foi quando conheci o livro "A Quinta Disciplina" que consegui formalizar melhor as minhas intenções.

Então falemos sobre esse livro...

Em 1990, Peter Senge escreveu o livro “A Quinta Disciplina” (SENGE, M. Peter; 2009) trazendo à luz um assunto que ainda hoje é considerado um tabu: a aprendizagem organizacional e o seu valor para as empresas. Segundo o autor, a única forma verdadeira de se buscar vantagem competitiva é no desenvolvimento do aprendizado nas empresas.

Esta perspectiva de aprendizado nas organizações, apesar ter o seu início na segunda metade do século passado, ganhou proeminência neste século, principalmente por estar associada à capacidade inovativa nas empresas.

“Quando desenvolvidas em conjunto, as disciplinas de aprendizagem podem ter um impacto significativo e mensurável sobre o desempenho” (SENGE M. Peter; 2010)

O avanço na aplicação deste conceito deve muito à evolução tecnológica e, também, à convergência tecnológica.

Associam-se a esta questão os cenários de abertura econômica e de globalização, que diluíram as fronteiras do mundo, tanto físicas quanto de conhecimento.

Isso tudo é potencializado por um cenário de mudança contínua. Mudança é a maior constante das empresas neste século!

Ser capaz de aprender passa a ser um trunfo!

E essa capacidade pode ser facilitada por Sistemas, mas só é possível através das pessoas!

A viabilização da construção da aprendizagem passa pelo desenvolvimento da capacidade de Comunicação, dando-se ênfase ao feedback. A capacidade de dar uma resposta construtiva – a questão não se limita a ser positiva ou negativa – às situações do cotidiano empresarial é a base da construção de uma Comunicação.

As disciplinas envolvidas no sistema de uma empresa que aprende são:

  1. Domínio Pessoal

  2. Modelos Mentais

  3. Visão Compartilhada

  4. Aprendizagem em Grupo

  5. Visão Sistêmica

Ser capaz de fazer este desenvolvimento sistemático requer planejamento e, principalmente, saber onde chegar.

Quando se atua no Domínio Pessoal, são desenvolvidas ações voltadas a:

  • ajudar o indivíduo a expandir as suas capacidades individuais;

  • ajudar a empresa a criar um ambiente empresarial que estimule os seus participantes;

  • estimular os trabalhadores a buscarem e alcançarem seus objetivos sem medo de errar.

As ações relativas aos Modelos Mentais envolvem:

  • a reflexão e o esclarecimento contínuo;

  • a melhoria da imagem que cada um tem do mundo;

  • a verificação de como moldar atos e decisões;

  • a revisão e ajuste dos nossos modelos mentais à realidade.

Quando se fala no desenvolvimento de uma Visão Compartilhada, isso envolve:

  • estimular o engajamento do grupo em relação ao futuro;

  • elaborar princípios e diretrizes que podem permitir alcançar esse futuro.

Já quanto ao Aprendizado em Equipe, o principal desafio consiste em:

  • desenvolver o pensamento e a comunicação coletiva de tal forma que o seu valor seja maior que a soma dos talentos individuais.

E, finalmente, chegando à Quinta Disciplina, busca-se o desenvolvimento do Pensamento Sistêmico através da:

  • análise e compreensão da organização como um sistema integrado;

  • criação de uma forma de análise e de uma linguagem para descrever e compreender as forças e inter-relações que modelam o comportamento dos sistemas.

O desenvolvimento de uma organização que aprende perpassa por tudo que se ensina no cotidiano da empresa, inclusive o comportamento diário, as funções desempenhadas e a própria história da empresa.

E como eu conseguir desenvolver uma "Gestora que Aprende"?

Uma das formas foi ensinando! Não somente ensinando às minhas equipes, mas ensinando fora dos locais onde eu trabalhava, pois assim percebi que acabava levando para a empresa uma visão nova, uma nova perspectiva sobre um assunto que, enquanto gestora, muitas vezes ficava com a capacidade de encontrar soluções novas limitada pelo cotidiano.

Essa minha atitude intuitiva é validada pela Teoria da Escolha do psiquiatra americano William Glasser, elucidada pela sua "Pirâmide da Aprendizagem". Nesta teoria, ele afirma que nenhum ser humano é totalmente desmotivado, mesmo enfrentando os problemas que enfrenta. E que gostamos de aprender diariamente.

Na pirâmide, ele demonstra que aprendemos:

  • 10% quando lemos;

  • 20% quando ouvimos;

  • 30% quando observamos;

  • 50% quando vemos e ouvimos;

  • 70% quando discutimos com outros;

  • 80% quando fazemos;

  • 95% quando ensinamos aos outros.

“A boa educação é aquela em que o professor pede para que seus alunos pensem e se dediquem a promover um diálogo para promover a compreensão e o crescimento dos estudantes”

(William Glasser)

Uma conclusão rápida, porém válida, leva-nos a acreditar que toda empresa ganha quando implanta um sistema de treinamento interno que inclua os seus colaboradores de forma ativa, ou seja, aprendendo e ensinando. Trazer alguém para ensinar na empresa é crucial, pois traz novas perspectivas. Mas fazê-los multiplicar o conhecimento é ainda mais importante, pois valida o novo conceito.

E como hoje fica cada dia mais claro que um ambiente feliz aumenta a produtividade, usemos a frase de Cora Coralina quanto ao ato de ensinar:

Autora: Kátia Marcolino, a Soraká!

Autora: Kátia Marcolino – Consultora


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